Adeus

Uma luz ao fundo do túnel. Partida ou chegada? Ouço os muros a erguerem-se, as paredes fechando as dores de lágrima que tão perto sinto. Apaga-se a vela... Não, sou eu que cerro os olhos. Sinto ainda o calor, o calor dos meus, aqueles que tive e que criei, aqueles que me tiveram sempre e a quem me dei. Sempre. A lágrima já não vem... Não fez parte da minha vida, não o fará da minha morte. Sorrio. E como não? Agora vai ser tão bonito...

2 comentários:

Anónimo disse...

São, na verdade, textos magníficos...Orgulha-me conhecer-te e poder chamar-te amigo...

Anónimo disse...

‘Ouço os muros a erguerem-se, as paredes fechando as dores de lágrima que tão perto sinto’ bonita metáfora. Ideias e poesias que prendem e fazem navegar. Tens o dom de ser onda nos olhos do leitor.
Obrigada pela honra da citação!
…entre mãos de palavras que decifram, adoçam e soltam mantenho a partilha.

Tempo que escorres
E levas contigo as marcas
De insuficientes passos
De curtos abraços
Em braços enlaçados
A cordas velhas
Idosas marcas que prendem
Dia após hora
Hora após minuto
…e o tempo corre
E o coração morre
Apodrece lentamente
A falta de água
O não germinar
O não chorar

Por isso o tempo urge
Exige-se unidade.

joana