Horizonte
Entreguei-me
De corpo, alma e algo mais
E nada posso, poderá alguém?, contra tal.
Entreguei-me e saí-me das mãos
Fugi para um regaço e aninhei.
Não quero sair, não quero voltar para mim
Não o sei, desconheço o caminho.
Tanto andei com o olhar no Horizonte
Que não me lembro onde passei
E o regresso é um segredo que não desvendo.
Caiu a noite. O Horizonte dilui-se nas águas mornas das estrelas.
Quantos brilhos, quantas distracções, quantas possibilidades me rodeiam e me incitam a virar, desviar, alterar o meu rumo.
Pobres, insensatas e desesperadas tentativas... Num segundo se prende o meu olhar no Horizonte, ténue, diluído; mas eu sei onde ele está e sei o que desejo dele e sei que o que lhe dei ele jamais rejeitará.
Ah, Mostra-me O teu Rosto! Dá-me o benefício eterno do teu sorriso... envolve-me no teu brilho verde-castanho, entrança-me nas ondas do teu cabelo...
Em verdade, entregue estou.
E o regresso... qual regresso?..