Soa um fôlego

Soa um fôlego, quase surdo rebate nas paredes do meu sentir.

Leve, sedoso, felicita-me pelo regressado calor morno de tanto tempo passado. Aquiesço com o sorriso de tanta certeza como a que se pode ter nos momentos em que os olhos brilham para além do que podemos alguma vez querer mostrar. Este brilho alimenta-me, constrói-me, fortalece-me. Sou mais com ele, sou melhor, estou melhor e mais propenso a ser quem posso e quem desejo.

Espera-me o vento, companhia nesta epopeia, bengala dos tempos fracos e desesperados, ansioso por encontrar a fronte pela frente e testemunhar o início de mais um trilho. Vamos, amigo! Tenho esperado por novas tuas! Procuro-te desde que nasci e sempre te vi menos perto do que ao longe! Está na hora de sermos quem somos e viver! Gosto do sorriso na tua face e nem as marcas do tempo conseguem desvanecer o brilho...

O primeiro passo, dou-o descalço no frio azul lusitano. Não me retraio. Conheço esta onda desde o berço. Não temos segredos e mais uma cara familiar se despede com saudade... Segura-me agora os braços e procura nos meus olhos a certeza das dúvidas que ainda tem.

Que tinha... nem uma palavra foi proferida. Sorrimos e abraçamo-nos com uma gargalhada de quem sabe.

E sabemos. Até.

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